António Barros, que liderava a lista B, foi eleito com 61,05% dos votos, recebendo 58 contra 35 do até agora presidente, líder da lista A.
Com uma vasta experiência na área da comunicação, o portuense, licenciado em Engenharia, sucede na presidência a Mário Quina, eleito em 14 de outubro de 2021, e admite que procurará romper com aquilo que foi feito pelo seu antecessor.
“Este novo ciclo, eu diria que é um ciclo com mais sangue novo e, por isso, acho que somos um bocadinho mais desinstalados. Quando eu falo desinstalados, falo que somos um bocadinho mais irreverentes em relação ao que queremos fazer. Se calhar, o que nos separou foi a outra candidatura ser mais conservadora. Nós somos mais irreverentes em relação ao que podemos fazer”, distinguiu.
O novo presidente da Federação Portuguesa de Vela notou que, durante a campanha, a sua candidatura marcou “muita diferença” ao procurar a proximidade com os delegados.
“Achámos sempre que a federação estava muito longe dos clubes, muito longe dos velejadores. E daí fomos presencialmente à maior parte dos clubes em Portugal, na Madeira, nos Açores, apresentar o nosso projeto. Não facilitámos recorrendo a reuniões digitais. Quisemos dar aí o primeiro passo (…) e vamos aproximar quer a direção, quer a direção técnica da federação dos clubes, estando mais presentes na atividade deles”, salientou.
Barros, que contará na sua direção com os antigos velejadores olímpicos Nuno Barreto, Sara Carmo e José Pedro Monteiro, quer tentar envolver a elite da vela nacional no seu projeto.
“Portugal tem muitos e bons velejadores e muitos e bons treinadores, nomeadamente alguns deles de outras equipas olímpicas que estão lá fora. Isto é sempre uma coisa difícil, porque é um patamar de qualidade muito alto que eles têm e nós temos, obviamente, diferentes contextos, mediante o nosso país, de investimento. Mas a nossa ideia é tentar envolvê-los numa outra fase”, assumiu.
António Barros, de 48 anos, fazia parte da direção do atual presidente, sendo responsável pelos pelouros da comunicação, imagem, marketing e patrocínios da federação.
“Fiz parte da direção até ao final. Aliás, uma parte desta nova direção veio da outra direção, porque durante o mandato fomos tendo visões diferentes do que queríamos em termos estratégicos para a vela”, explicou.
Essa outra fase passaria, por exemplo, pela existência de “estágios regionais e nacionais com jovens velejadores de diferentes classes de formação”, em que esses velejadores, nomeadamente os antigos olímpicos, poderiam passar “o know-how que têm” e que tem estado a ser exportado lá para fora.
O novo presidente da Federação Portuguesa de Vela quis ainda destacar outra prioridade para o seu mandato, em que terá João Roncon Spratley como presidente da Mesa da Assembleia Geral, Ponciano Oliveira na presidência do Conselho Fiscal, Hugo Barrier Henrique no Conselho de Disciplina, Mariana Almada no Conselho de Justiça e Jorge Cruz no Conselho de Arbitragem.
“A vela adaptada é um dos desportos mais inclusivos que existe. Qualquer pessoa com capacidade pode fazer vela adaptada e, portanto, nós queremos neste mandato fazer um investimento e queremos valorizar e fazer projetos com a vela adaptada para chegarmos ao final do mandato e termos muito mais gente a fazer vela adaptada”, concluiu.